sábado, 5 de setembro de 2009

Realidade


Ataco de fenomenólogo,vou filosofar sobre o mundo sensível e pretendo ser metafísico,ser existencial,ser materialista,ser contraditório,quero que não exista método na minha filosofia,me ajude São Nietzsche!Me empreste sua lucidez maluca ó grande Louco de Turim! Me ensina a viver como super-homem, me auxilie,quero ser o Anti-Cristo, quero as palavras faladas pelo velho Zaratustra! Homem,quem és tú? Vida me decifra ou te devoro!Miséria nossa,leitores de Caras me ensinem a carregar esse fardo que se estende do despertar ao deitar, só os sonhos nos livram dos grilhões,mais uma vez Friedrich te invoco,você que enlouqueceu devido a tanta sanidade,que sifilis que nada! O mundo real é real ou é delirio? Os amores existem? Os intímos irmãos que nos abandonam a nossa própria sorte existem? O ar existe? Por que estou condenado a este tempo?Por que sou eu e não outro?Por que vivo aqui e não numa cidade grega do período clássico?Por que sou isso e não um monje medieval? Um corsário praticando pilhagens a serviço de nossa Majestade?Insuportável realidade que destrói,que pilha,vida a qual obedecemos de olhos fechados? Enfrentar isso,de que jeito? Obedecer a quem? A Deus? Mas como obedecer a um criador invisível uma vez que não acredito nem mesmo na minha própria existência?Heidegger,Sarte,sejam mais claros,Heidegger perfeito porém nazista,Sartre perfeito porém stalinista, culpados pelo erro,senhores de suas vidas,escravos das ideologias fomentadas por mentes inferiores,escravos sem querer,viva Camus! Morreu existencial e jovem proibido assim de se contradizer,coerência senhora das mentes medíocres! Fujo então para A Sombra de Heidegger de Jose Pablo Feinmann e descubro,a última esperança é a arte,só ela pode nos dar uma segunda chance de realidade,só ela nos tira do mundo por efemeros instantes,belíssimo romance de filosofia,filosofia de romance.Amanhã vai chover em São Paulo.

2 comentários:

  1. Dudu, perfeito porém mentiroso - e me parece que depressivo, ultimamente.

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  2. Ó procê, ó:


    Procuro a Solidão
    Como o ar procura o chão
    Como a chuva só desmancha
    pensamento sem razão
    Procuro esconderijo
    encontro um novo abrigo
    como a arte do seu jeito
    e tudo faz sentido
    calma pra contar nos dedos
    beijo pra ficar aqui
    teto para desabar
    você para construir

    Ana Canãs

    http://giancarlorufatto.blogspot.com/2009/08/esconderijo-ana-canas.html

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