sábado, 29 de agosto de 2009

Charlotte i love you


Ah Charlotte, que beleza que emana desse furacão que é você! É uma coisa ancestral, uma espécie de maldição que você herdou do velho Serge, filha-da-puta assumido, que queimava dinheiro em shows televisivos, que parecia ter acabado de sair de uma garrafa de Scotch. Ah Charlotte, você habita meus sonhos eróticos, principalmente depois de Anticristo onde interpretou uma linda maluquete, que ritualisticamente corta o próprio clitóris e o atira a raposas falantes. Ah Charlotte se não fosse por você, que bela merda seria o filme do pretensioso Von Trier.Charlotte, casa comigo?
O incidente piromaníaco(que quase levou Serge Gainsbourgh a prisão) pode ser visto aqui:http://www.youtube.com/watch?v=DTjXQvwGh-0&feature=related

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

O Melhor do Mundo!




Sim, que me perdoem os chiques, os descolados e cia.limitada. Não existe bar no Brasil, quiça no mundo, como o Bar Léo. Localizado no quadrilátero maldito da boca do lixo paulistana, a alguns metros da lendária Rua do Triumpho, polo do cinema marginal dos 70/80 que produziu obras de rarissímo valor e sensibilidade como 24 Horas de Sexo Ardente (primeira produção zoófila do Brasil), A Mulher Que Se Disputa ( melhor titulo de um filme brazuca) e o clássico dos clássicos, o Magnus Opus tupiniquim, nada mais nada menos que o inesquecível Oh! O Rebuceteio.


Mas bem, voltando ao maravilhoso boteco, não existe nada melhor do que ficar em pé ao lado de uma das mesinhas próximas a porta de entrada, com um chope e um Schnapps ao alcance das mãos, observando toda a fauna do esquecido centro de São Paulo, passam por lá os office-boys tardios que se perderam no tempo, senhores de meia-idade marcados pelo estigma da pastinha na mão, com seus olhares humildes, suplicantes como pedidos de desculpas. Passam por lá tiras "old-school", tigrões de camisas floridas tipo Thomas Magnum, correntes, anéis e pulseiras que cintilam sujeira e corrupção, geralmente estão acompanhados de advogados de pedras cintilantes nos dedos e gravatas de crochê. Passam os travestis pokpok,ou seja, paupérrimos, com as pernas manchadas por vorazes mordidas de pulgas, o silicone industrial vencido, o perfume barato que lhes precede em rastro. Passam as liricas prostitutas famélicas, num eterno flerte com todos os homens do mundo,tudo por um prato de comida, oferecendo em troca talvez o mais precioso dos bens: a ilusão. Passam os craqueiros magérrimos, muitas vezes agressivos, outras imersos na mais negra das depressões. Em frente ao léo passam todos os tipos, passa todo um microcosmo de uma intensa humanidade que só busca dar certo.


O prefeito almofadinha Kassab quer higienizar a cracolândia e consequentemente padecerá esse patrimônio paulistano, o Léo, e eu faço um apelo em feitio de oração: não deixe o Léo morrer, não deixe o Léo acabar.




Serviço: caso você queira se deparar com a minha beleza e com o melhor chope do mundo (os petiscos também são geniais) o Léo fica na Rua Aurora 100 esquina com Andradas, funciona de segunda a sexta das 11:00 às 20:30m e aos sabádos das 11:00 às 16:00.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Saló e Oaxiac


Finalmente consegui assistir a Saló-Os 120 Dias de Sodoma, a obra derradeira de Pier Paolo Pasolini.Particularmente nunca gostei de seus filmes,Teorema,Decameron o Evangelho Segundo São Mateus,Pocilga obras de certa forma simplistas apesar de fortemente barrocas,artesanais,mediterrâneas,imagino-as com um forte cheiro de terra molhada,de barro puro. Saló é um choque,provavelmente o filme mais incômodo já feito,não assusta pela violência e pela depravação,todas as gruesome scenes já estavam lá no Marquês de Sade,o que perturba é o contexto,os diálogos adicionais escritos por Roland Barthes,o que choca é a maldade inerente ao ser humano,é a desesperança diante da redenção ao mal que nos habita,o desejo de domínio sobre o outro,o querer a obediência cega,subjugar e submeter a vontade,seja ela sexual,econômica ou política.Saló mostra alguns burocratas na Itália fascista que sequestram um grupo de jovens,homens e mulheres,para usá-los nas mais bizarras explorações sexuais que descambam para a tortura e o assassinato.É óbvio que o filme antes de mais nada é uma metáfora política sobre o que os fascistas fizeram com a Itália,as vítimas representam o povo italiano,em dado momento um dos burocratas confessa ter matado a própria mãe,nada mais óbvio.O final do filme é estranhamente pessimista,nenhuma palavra ou sinal de punição aos facínoras,os maus sentem apenas prazer e tédio.Assistindo Saló lembrei-me de Ideologia,genial episódio do filme O Estranho Mundo de Zé do Caixão de José Mojica Marins, no filme Oaxiac Odez (interpretado por Mojica) comprova através de um experimento que os instintos são superiores a racionalidade no comportamento humano,para tanto priva um casal de água e alimentos por vários dias até que a mulher mata o marido para lhe beber o sangue e comer a carne, no final acaba sendo morta por Oaxiac que se alimenta dos restos mortais de ambos num macabro banquete.O filme acabaria assim,niilista,porém a censura militar bateu o pé e Mojica teve que incluir uma cena da casa em que acontecia o banho de sangue sendo atingida por um raio e alguns dizeres referentes a ira de Deus contra os maus,vexame artistíco do qual Pasolini escapou ileso.Mojica (seu filme é de 1968) e Pasolini (Saló 1975) realizaram dois filmes semelhantes,obras geniais sobre a estranha condição do ser humano,teria Deus o direito de fulminar com um raio suas próprias criaturas? Teria um louco de acabar com alguém como Pasolini a facadas? Claro que não,mas aos maus cabe somente o prazer e o tédio.

O Encontro Marcado


É melhor que O Apanhador No Campo de Centeio, Eduardo Marciano é o nosso Holden Caufield vitaminado, com o bucho cheio de chope e a alma lavada por fracassos com putas e pequenas glórias literárias curtidas em hotéis baratos, li o maravilhoso O Encontro Marcado pela primeira vez aos quinze anos e achei que havia esquecido quase o romance todo.Mentira! Descobri então que tenho tentado ser Marciano esses anos todos.Inconscientemente imitei Eduardo Marciano em muitas coisas, nas aspirações literárias, no existencialismo virulento e desesperançado na boêmia maluca e na entrega a amizades que nem sempre se mostraram dignas de literatura. O Encontro Marcado ficou em mim e como o personagem de Fernando Sabino volto para o passado em suas páginas, e como Eduardo Marciano, todos furaram comigo, estou só.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

A Síndrome do Vídeo


Revi Videodrome e o achei atualissimo. No filme o que se passa na TV, especificamente num canal porno não é encenado, tudo é real e uma das personagens é literalmente tragada para o mundo do vídeo, realidade e fantasia são exatamente a mesma coisa, como hoje. Sim meus caros senhores, chegamos a era preconizada lá atrás pelo “cyber-neuro-sacana” David Cronnenberg naquele velho filme com o excelente canastra do James Woods.

O mundo analógico acabou, nós não nos contentamos apenas com a existência palpável, com aquilo que podemos ver e tocar empiricamente, a tela de vídeo é onipresente, as imagens em movimento estão em toda a parte, os monitores já podem ser vistos em elevadores, metrô e até mesmo ônibus. As telas nos dias atuais tem a função de fazer com que os seres estejam em mais de um lugar ao mesmo tempo, é uma desesperada tentativa de multiplicar, de adicionar, de incrementar as experiências, tomemos os exemplos dos bares, antigamente íamos aos botequins em busca das sagradas paratis, dos perigosos acepipes, das imortais amizades e é claro para celebrar a velha frase: o bar é o descanso do lar. Atualmente não existe a mais reles bodega onde não exista um aparelho televisor destruindo a harmonia da cachaça grupal, da paquera ocasional, da bebedeira emocional.

O homem nunca esteve tão distante do local onde se encontra fisicamente, a concentração no aqui e agora, a vivência plena no presente é cada vez mais improvável, vivemos na menos budica das eras, até o sagrado ato do sexo é violentado pelas telas dos motéis e seus filmes de sacanagem americanos siliconados, um amigo meu (que agora deu pra processar e não posso mais citar o nome) gostava de transar com a TV sintonizada no Jornal Nacional, assim não perdia tempo, se informava e conseguia controlar a ejaculação, uma vez o telejornal foi interrompido para a propaganda obrigatória do PTB, ecoou a inconfundível e caudilhesca voz de Leonel Brizola, ele broxou.

Voltemos então a tela, ninguém se sente vivo sem ter aparecido pelo menos uma vez na TV, é uma inversão completa, o nosso mundo aos poucos começa a se tornar uma ficção, uma imitação de uma realidade paralela, todo mundo segue o que se passa nas telas, todo mundo quer ser galã ou top-model anoréxica , todo mundo é fã do padrão moral das telenovelas da Globo, resumindo, a gente ta fudido mesmo.

domingo, 23 de agosto de 2009

Um pouco de ciência


Para variar um pouco, sair um pouco da alta cultura pois já tem baiana me chamando de esnobe, um pouco de ciência.

Entrevista com o Professor Paul Louie, especialista em produção de gases através de biomassa : O que é o flato? Do que ele é feito?

- Flato, do latim flatus, significa sopro e é uma composição de gases altamente variável, expelida pelo ânus. É formado por parte do ar que engolimos, que é quase só nitrogênio e dióxido de carbono, pois o organismo absorve o oxigênio, e gases resultantes das reações químicas entre ácido estomacal, fluidos intestinais e flora bacteriana. Ou seja, dióxido de carbono, hidrogênio e metano.

O que faz os peidos federem?

- O odor dos peidos vem de pequenas quantidades de sulfeto de hidrogênio (gás sulfídrico) e enxofre livre na mistura. Quanto mais rica em enxofre for sua dieta, mais desses gases vão ser produzidos pelas bactérias no seu intestino e mais os seus peidos vão feder. Pratos como cebola, couve-flor e ovos são notórios por produzirem peidos fedidos. Feijão, por exemplo, produz grandes quantidades de peidos não necessariamente fedidos.

Por que peidos fazem barulho?

- Os sons são produzidos pela vibração da abertura anal. O som depende da velocidade da expulsão do gás e de quanto estreita for a abertura dos músculos do esfíncter anal.

Quanto gás uma pessoa normal produz por dia?

- Em média, uma pessoa produz cerca de um litro de peido por dia, distribuído em cerca de 14 peidos diários. Pode ser difícil para você determinar o volume dos seus peidos diários, mas você pode estimar quantas vezes peida. Pense nisso como um pequeno experimento científico: anote tudo que você come e conte o número de vezes que você peida. Você pode inclusive anotar sobre o fedor deles. Você descobrirá uma relação entre o que você come, quanto você peida e quanto seus peidos fedem.

Quanto tempo leva até que o peido chegue ao nariz de alguém?

- Isso depende das condições atmosféricas, umidade e velocidade do vento, além da distância entre as pessoas também. Os peidos também se dispersam, e sua potência nauseante diminui com a diluição. Condições excepcionais existem quando o peido é liberado numa área pequena e fechada, como um elevador, um quarto pequeno ou um carro, porque essas condições limitam a quantidade de diluente possível (ar), e o peido vai permanecer numa concentração perceptível por mais tempo, até que se condense nas paredes.

É verdade que algumas pessoas nunca peidam?

- Não. Se elas estiverem vivas, peidam. Pessoas podem peidar até mesmo algumas horas depois de mortas.

Homens peidam mais que mulheres?

- Mulheres peidam tanto quanto homens. O caso é que os homens têm mais>> orgulho disso. Em que parte do dia um "gentleman" está mais sujeito a peidar?

- Durante a manhã, quando estiver no banheiro. Isso é conhecido como "trovoada matinal". Se o gentleman conseguir uma boa ressonância, ele pode ser ouvido na casa inteira.

Por que feijão faz as pessoas peidarem tanto?

- Feijão contém açúcares que seres humanos não conseguem digerir. Quando esses açúcares chegam em nossos intestinos, as bactérias fazem a festa e produzem um monte de gás. Outros produtores notórios de peidos são: milho, pimenta, repolho e leite.

Um peido é mesmo só um arroto que saiu pelo lado errado?

- Não, a frase "arroto é um pum maroto que subiu de elevador" é puro folclore. Arroto vem do estômago e tem composição química diferente de um peido. Peidos têm menos ar atmosférico e mais gases produzidos por bactérias.

Para onde vão os peidos quando você segura eles?

- Quantas vezes você segurou um flato, pretendendo soltá-lo na primeira oportunidade apropriada, e depois descobriu que ele tinha "desaparecido" quando você estava pronto? Ele saiu lentamente sem a pessoa saber? Foi absorvido pela corrente sangüínea? O que aconteceu com ele? Os médicos concordam que o peido não é nem liberado nem absorvido. Ele simplesmente volta para os intestinos e sai depois. Isso reafirma o fato de que os peidos não são realmente perdidos, e sim adiados.

É possível mesmo "acender" peidos?

- A resposta é SIM. Normalmente os puns incluem metano e hidrogênio, ambos são gases inflamáveis. Entretanto, você deve estar avisado de que colocar um peido em ignição é perigoso. Não só a chama pode subir de volta para seu cólon, como a sua roupa e o que estiver ao redor pode pegar fogo. Cerca de 25% das pessoas que o fizeram queimaram as bordas e os cabelinhos do **. Peidos tendem a se traduzir em chamas azuis ou amarelas.

Por que meninas não assumem seus peidos?

- Acho que você deveria começar dizendo que somente algumas meninas não assumem seus peidos. A razão é cultural. Elas são ensinadas a pensar que >> peidar não é coisa que uma dama faça. É um grande erro pensar assim. Todas as pessoas praticam a emissão de gases anais, inclusive a Rainha Elizabeth e suas damas.

Cheirar peido deixa "chapado"?

- Não se conhecem agentes intoxicantes na flatulência.

É possível enlatar um peido para uso posterior?

- Teoricamente sim, mas há uma série de problemas logísticos. Você pode tentar usar um saco plástico ao invés de uma lata. Você pode usar o seguinte como uma experiência de feira de ciências: peide em vários sacos plásticos e os vede com cuidado. Então encha outros sacos com ar normal. Espere 6 horas. Então eleja voluntários para cheirar o conteúdo dos sacos e verifique se eles conseguem dizer se o que tem ali dentro é peido ou é ar. Isso vai te dar a informação se é possível estocar peidos. Se você fizer na banheira, e se inclinar de forma que seus peidos emerjam como bolhas na sua frente e não por trás, você pode pegar as bolhas numa garrafa, e ter peidos puros dentro de garrafas, sem estarem contaminados com ar atmosférico.

É estranho gostar de peidar?

- Não. Mas se a pessoa peida numa quantidade que lhe traz problemas e infelicidade, deveria consultar seu médico

sábado, 22 de agosto de 2009

Revisitando Barbarella


Jane como você era gostosa, meu Deus e Deus criou a mulher velho Roger Vadim e você catou a Jane e a transformou em Barbarella, e você pegou a filha do Sr.Henry Fonda e transformou em Senhora Vadim, francês safado que só pensava em triângulo, do time do Truffaut e não do Godard. Barbarella é o filme mais erótico e tesudo dos anos sessenta, Jane Fonda com aquelas coxas grossas e vestida naqueles nylons e latex fetiches, tão coberta e tão pelada ao mesmo tempo, louca para dar como mulher e gozar como cadela no cio e não como manequim futurista (cuidado mulheres anoréxicas que dispensam o arroz com feijão, jájá a bacurinha seca e a previsão se concretiza!), Barbarella que leva a máquina que matava as mulheres de tesão, tilt na broxada. Barbarella que faz anjos desiludidos voltarem a voar! Ahhh nunca mais existirão mulheres como tú, ó Barbarella! E que saudade de ti ó saudável e irresponsável sacana vadio Vadim!

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Zé do Caixão é o patrono do Brasil


A Encarnação do Demônio, o filme mais complicado (no sentido difícil de sair do papel) finalmente chegou aos cinemas ano passado. A trama é simples, depois de quarenta anos guardado num presídio o ex-coveiro Josefel Zanatas, Zé do Caixão pros chegados, é posto em liberdade e volta a buscar pela sua mulher única que lhe gerará o herdeiro perfeito. Em sua busca passa a ser perseguido por vários desafetos do passado, alguns vivos e outros nem tanto. No início do filme é muito duro engolir Mojica como o terrível vilão, velhusco e gordote andando pelo centro de São Paulo acompanhado por um hilário e maltrapilho corcunda, Zé do Caixão só se comunica aos berros ou em pequenos discursos em que come os esses, pintam alguns PMs molambentos com fardas totalmente absurdas, Zé pede um "caneco do seu melhor vinho" num boteco de favela, até ai estamos diante de uma das maiores comédias involuntárias dos últimos tempos, perdendo talvez somente para Falsa Loura de Carlos Reinchenbach, porém em dado momento algo acontece e todo aquele riso começa a ficar meio amarelo,surgem alguns fantasmas de parquinho e aos poucos a barra começa a pesar. Em algum momento a palhaçada inicial se transformou num pesadelo capaz de deixar um avestruz com náuseas, torturas que fariam com que qualquer diretor destes "almost-snuff" do sudeste asiático se borrarem de nojo e angústia. Essa transição do fajuto ao vômito, ao gore, a porrada no saco é uma das coisas mais originais feitas em cinema no Brasil nas últimas décadas, fico admirado que tamanha transgressão foi co-patrocinada pelo Cinemark, empresa ultra-careta, imagino as senhoras de classe média,que domingão a tarde, entraram inadvertidamente num Multiplex,baldão de pipocas jumbo no colo, vendo coisas como um rato sendo... bom, xáprala. Emblematicamente e genialmente o climax do filme se dá no Playcenter território no qual Mojica, o cineasta, devido às inúmeras políticas artísticas e econômicas esteve relegado nos últimos anos fazendo shows para pré-adolescentes mambembes em vez de cinema. Zé do Caixão se vinga do Brasil mostrando a todos nós o quanto é engraçado e medonho o nosso país, A Encarnação do Demônio é uma metáfora do Brasil, hilário e apavorante e o pior é que continua conosco após sairmos do cinema, grudado na mente, na forma de um pesadelo.

20 anos sem Raul


Que falta faz esse cara, que não era nem um pouco politicamente correto (inclusive homofóbico até a medula) e não tinha medo de dizer o que era verdadeiro. Hoje em dia qualquer bostinha é considerado gênio, desde roqueirinhos cabaços e cafonas como Hebert Viana e Frejat até pseudo-inovadores como Otto e Zeca baleiro, vão tomar nos cús,there will never be another Zito.




terça-feira, 18 de agosto de 2009

Cauby Forever!


Ontem fui ver Cauby, pela segunda vez, após quatro anos...

Assistir Cauby no Bar Brahma é uma experiência única. Tudo começa com imensa cafonice e tristeza, chegamos a esquina da Ipiranga com São João,outrora puro glamour,hoje decrépita. Mendigos defecam no meio da rua, travestis siliconados se dirigem aos seus pontos,tudo isso contrastando com a classe média que chega ao bar saltando de Voyages e Caravans Diplomata, velhas de mocotó grosso trajando vestidos de festa rubros com broches de borboleta dourados ao peito,sapatos prata,meias grossas prevenindo a ruptura de imensas varizes cor de orquídea,senhores de ternos da Garbo com perucas acaju gritam com as mulheres em linda impaciência conjugal,o cheiro de perfume velado domina o local. Somos conduzidos ao nosso lugar num canto próximo ao palco, na mesa ao lado o sofista DiGênio pede uma picanha no "rechaud" (nova mania da classe média,como os rondellis em buffets baratos de casamento,como as tábuas de frios de outros tempos), a carne chega espalhafatosa,despejando no ambiente fechado uma densa fumaça gordurosa que impreguina os cabelos fofos de bolo das velhas de reluzentes dentaduras de égua,a impressão geral é a de um crematório. Um senhor de aproximadamente duzentos e trinta anos começa a tossir desesperadamente atrás de mim,sinto perdigotos geriátricos atingirem minha nuca, meu chope espuma como se atingido por chuva,peço outro e desejo sinceramente que o ancião morra em agônica apinéia,o tempo passa e nada do cantor "Ronald Mcdonald" chegar.Boatos correm a boca pequena,o homem anda mal de saúde dizem uns,outros reclamam,será que esse porra vai morrer logo hoje que nos deslocamos da Mooca até aqui?De repente o bar para,todos se levantam e então surge Cauby,trajando um blazer de lantejoulas douradas,os aplausos ecoam desvairados,alguma louca grita chamando o "curinga" de lindo e então,sobre o palco a magia acontece.Cauby é visualmente uma mistura de Little Richard com Tom Jones, a voz evoca os grandes crooners do passado,Bing Crosby,Sinatra,Bennet e claro Tom Jones, o repertório é pop da melhor qualidade, indo dos clássicos próprios como Camarim e Conceição até lendas do boa cafonice internacional como I Just Called To Say I Love You e She de Charles Aznavour.Durante o show o ambiente macabro entra em pausa, a música domina o terror anterior, como um flautista de Hamelin Peixoto conduz a todos para um passado de beleza e amor,onde as velhas ainda não possuíam as doloridas joanetes,onde os paus dos velhos subiam em direção aos céus da excitação sexual. Cauby encerra o show cantando My Way, sim o velho Cauby Peixoto fez tudo a sua maneira, se vestiu como um clown efeminado,estourou nos Estados Unidos e acabou terminando a sua carreira num bar na porta da boca do lixo,porém todos o aplaudem de pé,alguns choram,todos ali o amam,inclusive eu.Yes,he did it in his way.


segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Saudades dos cinquenta ou Mike Hammer


Outro dia, no segundo número da excelente revista Serrote, publicada pelo instituto daquele banqueiro gordinho com corte de cabelo estranho, descobri um autor singular, Mickey Spillane e sua criação genial, o detetive Mike Hammer. O personagem é um private-eye cascudissímo que só pensa em usar sua .45 e o seu outro cano situado um pouco mais embaixo. O estilo de Spillane é tão seco que faz Dashiel Hammet parecer champanhe, as novelas de Hammer são literalmente um murro no estomago.
No ensaio do grande viado Gore Vidal (já disseram que ele é uma espécie de Norman Mailer mulher) observamos o fascínio que certos tipos vêm exercendo sobre o imaginário humano, principalmente masculino, desde a metade do século passado. Dois grandes ídolos deste panteão das fantasias ocidentais tem sido Hammer e ninguém mais que o velho James Bond. O que explica essa admiração? Ambos são machos pra encardir, a única coisa que os seduz mais que uma boa briga é o sexo feminino, as mulheres e conseqüentemente o sexo são imprescindíveis em suas aventuras. E a outra coisa presente o tempo todo é a morte, Eros e Tânatos, uma clássica dobradinha freudiana que faz sucesso desde tempos imemoriais. Mas acredito que não seja só isso, ambos são heróis surgidos na década de cinqüenta do século passado, logo após a segunda guerra, momento em que o mundo ocidental (inclusive Brasil) entrou numa era de grande conforto material, em uma das passagens de um romance de Bond o personagem se horroriza ao ver como os homens americanos, com seus carrões automáticos, eram docilmente conduzidos por suas esposas que explodiam de laquê. Hammer resolve tudo na porrada e lamenta por a guerra não ter continuado contra os soviéticos. Ao lermos estas fantásticas histórias somos conduzidos a um mundo mais primitivo, somos inundados por uma nostalgia onde a masculinidade era algo que resolvia problemas, não bastava apertar um botão, era necessário agir, sair da letargia para se atingir objetivos, as mulheres eram conquistadas quase que a golpes de clava, e o melhor de tudo, elas adoravam isso.
Acabei de ler em outro blog sobre o hábito masculino de mijar sentado, em voga atualmente. Imaginem Hammer ou Bond urinando como mulheres. Imaginem. Que saudades da década de cinqüenta.

domingo, 16 de agosto de 2009

Para Presidente!


Que Dilma dragão o caralho! E aquela Marina Silva, bicho mais demoníaco do mundo! PARA PRESIDENTE VIVIANE ARÁUJO!


Com qual das duas?


Qual das musas da crise do senado você chinelaria? Eu sem dúvida faria a Lina, esse monstrengo da Dilma não dá pra comer nem assada com uma maçã na boca!

Por um mundo uniforme


Com su permisso Pondé:


As freiras feias sem Deus


LUIZ FELIPE PONDÉ


O QUE MOVE as pessoas, em meio a tantos problemas, a dedicar tamanha energia para reprimir o uso do tabaco? Resposta: o impulso fascista moderno.Proteger não fumantes do tabaco em espaços públicos fechados é justo. Minha objeção contra esta lei se dá em outros dois níveis: um mais prático e outro mais teórico.O prático diz respeito ao fato de ela não preservar alguns poucos bares e restaurantes livres para fumantes, sejam eles consumidores ou trabalhadores do setor. E por que não? Porque o que move o legislador, o fiscal e o dedo-duro é o gozo típico das almas mesquinhas e autoritárias. Uma espécie de freiras feias sem Deus.O teórico fala de uma tendência contemporânea, que é o triste fato de a democracia não ser, como pensávamos, imune à praga fascista.A tendência da democracia à lógica tirânica da saúde já havia sido apontada por Tocqueville (século 19). Dizia o conde francês que a vocação puritana da democracia para a intolerância para com hábitos "inúteis" a levaria a odiar coisas como o álcool e o tabaco, entre outras possibilidades.Odiaremos comedores de carne? Proprietários de dois carros? Que tal proibir o tabaco em casa em nome do pulmão do vizinho? Ou uma campanha escolar para estimular as crianças a denunciar pais fumantes? Toda forma de fascismo caminhou para a ampliação do controle da vida mínima. As freiras feias sem Deus gozariam com a ideia de crianças tão críticas dos maus hábitos.A associação do discurso científico ao constrangimento do comportamento moral, via máquina repressiva do Estado, é típica do fascismo. Se comer carne aumentar os custos do Ministério da Saúde, fecharemos as churrascarias? Crianças diagnosticadas cegas ainda no útero significariam uma economia significativa para a sociedade. Vamos abortá-las sistematicamente? O eugenista, o adorador da vida cientificamente perfeita, não se acha autoritário, mas, sim, redentor da espécie humana.E não me venha dizer que no "Primeiro Mundo" todo o mundo faz isso, porque não sou um desses idiotas colonizados que pensam que o "Primeiro Mundo" seja modelo de tudo. Conheço o "Primeiro Mundo" o suficiente para não crer em bobagens desse tipo.O que essas freiras feias sem Deus não entendem é que o que humaniza o ser humano é um equilíbrio sutil entre vícios e virtudes. E, quando estamos diante de neopuritanos, de santos sem Deus, os vícios é que nos salvam. Não quero viver num mundo sem vícios. E quero vivê-lo tomando vinho, vendo o rosto de uma mulher linda e bêbada em meio à fumaça num bistrô.

sábado, 15 de agosto de 2009

Bruno


Sacha Baron Cohen é o maior gênio do humor em atividade. Groucho Marx dizia que humoristas amadores vestem outros humoristas de velinhas e os empurram de escadas, humoristas profissionais fazem a mesma coisa, com um pequeno detalhe diferente, eles usam velinhas de verdade. É isso que o criador de Borat faz em seu novo filme, Bruno.

Gags visuais e trejeitos caricatos não são suficientes (apesar deles estarem lá em quantidade) o que faz de Bruno uma dedada no cú da humanidade é mostrar o quanto ela é mentirosa, preconceituosa e má, o politicamente correto é apenas uma máscara que esconde o lixo de todos nós. Fico imaginando Bruno no Brasil, em meio aos pseudo-intelectuais da USP, aos gays, aos líderes de ONGs, aos evangélicos, aos folcloristas nordestinos, aos carolas, entrevistando o Luiz Mott que acha que Zumbi era viado, ou o líder negro que acha que até Himmler tinha um pézinho na cozinha . Como seria bom.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Uma homenagem ao sertanejo!


VIVA O POVO BRASILEIRO!

Olá cafuzos!


Começa aqui a sua incrível jornada, aventura na qual EU, Eduardo Santanna serei o seu anfitrião, vocês pobres sabem o que é anfitrião? Neste espaço eu darei as melhores dicas, eu serei um verdadeiro "Atirador de Pérolas aos Porcos" (notem a ironia, a inteligência, O MEU veneno ao fazer este trocadilho baseado em Salinger) pois vocês nunca terão oportunidade de frequentar os locais que EU frequento! Comer as mulheres e as comidas que EU como! Vocês nunca poderão viver como EU vivo!Mas de qualquer forma sejam bem vindos, limpem os pés do barro de Guarulhos, de Osasco, ou de qualquer outra latrina de onde venham, e fiquem a vontade...e como diria meu mestre Pai Ubú sobrecú de perú a todos!