segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Saudades dos cinquenta ou Mike Hammer


Outro dia, no segundo número da excelente revista Serrote, publicada pelo instituto daquele banqueiro gordinho com corte de cabelo estranho, descobri um autor singular, Mickey Spillane e sua criação genial, o detetive Mike Hammer. O personagem é um private-eye cascudissímo que só pensa em usar sua .45 e o seu outro cano situado um pouco mais embaixo. O estilo de Spillane é tão seco que faz Dashiel Hammet parecer champanhe, as novelas de Hammer são literalmente um murro no estomago.
No ensaio do grande viado Gore Vidal (já disseram que ele é uma espécie de Norman Mailer mulher) observamos o fascínio que certos tipos vêm exercendo sobre o imaginário humano, principalmente masculino, desde a metade do século passado. Dois grandes ídolos deste panteão das fantasias ocidentais tem sido Hammer e ninguém mais que o velho James Bond. O que explica essa admiração? Ambos são machos pra encardir, a única coisa que os seduz mais que uma boa briga é o sexo feminino, as mulheres e conseqüentemente o sexo são imprescindíveis em suas aventuras. E a outra coisa presente o tempo todo é a morte, Eros e Tânatos, uma clássica dobradinha freudiana que faz sucesso desde tempos imemoriais. Mas acredito que não seja só isso, ambos são heróis surgidos na década de cinqüenta do século passado, logo após a segunda guerra, momento em que o mundo ocidental (inclusive Brasil) entrou numa era de grande conforto material, em uma das passagens de um romance de Bond o personagem se horroriza ao ver como os homens americanos, com seus carrões automáticos, eram docilmente conduzidos por suas esposas que explodiam de laquê. Hammer resolve tudo na porrada e lamenta por a guerra não ter continuado contra os soviéticos. Ao lermos estas fantásticas histórias somos conduzidos a um mundo mais primitivo, somos inundados por uma nostalgia onde a masculinidade era algo que resolvia problemas, não bastava apertar um botão, era necessário agir, sair da letargia para se atingir objetivos, as mulheres eram conquistadas quase que a golpes de clava, e o melhor de tudo, elas adoravam isso.
Acabei de ler em outro blog sobre o hábito masculino de mijar sentado, em voga atualmente. Imaginem Hammer ou Bond urinando como mulheres. Imaginem. Que saudades da década de cinqüenta.

2 comentários:

  1. Fulano, pra que citar tanta gente, pra que tentar mostrar erudicao? O que tem a ver com o argumento principal? Pernostico, so isso.
    Li o outro escritinho sobre Sacha Cohen e o dedo no olho de pseudo intelectuais. Voce gostaria da unha do dedo pintada de vermelho ou rosinha?

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  2. Lucimara, nome de baianinha hein? Num gostou some coquinho.

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