quarta-feira, 2 de setembro de 2009


Consegui ver Rushmore,filme de Wes Anderson raro no Brasil,de 1998 anterior ao maravilhoso "Os Excêntricos Tanembaus".Rushmore é mais uma obra de gênio,é um filme que pertence (como todos os seus outros filmes) a um gênero indefinido e indefinível,não sabemos se é drama ou comédia sem risos ou experimento estético ou melodrama açucarado ou teatro ácido ou um pouco de tudo isso. Seus personagens são mais humanos do que se pode ser humano,são maus e bons,egoístas e altruístas,lúcidos e loucos e apesar do pé sempre atolado na lama esses maravilhosos seres conseguem sempre manter uma aura de dignidade,a cabeça sempre erguida acima de suas trapalhadas,sempre errando e errando de novo,coisa que é comum a todos nós,tudo isso faz com que esses seres de película sejam inesquecíveis. Seus filmes tem uma certa atmosfera de sonho,aqueles deliciosos malucos desfilam num mundo meio lirico povoado por indianos,enfermeiros,escroques,táxistas bandidos em carros caindo aos pedaços,arrogantes que sempre se arrependem,maus que no final fazem seu mea culpa junto aos bons e todos se perdoam e dão aos mãos, Wes Anderson parece ser homem de um só filme,um só sonho que se renova a cada nova empreitada e nos arranca lágrimas de alegria e prazer estético,suas fábulas humanas parecem o tempo todo nos dizer que no final das contas todo mundo tem os seus motivos,todos tem seus egoísmos e mesquinharias mas no fundo ninguém deixa de ter algo de bom e o perdão nos redime e nos faz renascer,Wes Anderson é o mais humano dos cineastas atuais,o mais doce,o mais lúdico,o mais genial,talvez Frank Capra tenha mandado um anjo para abençoar esse menino e fazer com que ele continue nos dando esses filmes fantásticos que não se cansam de dizer que,apesar de tudo,its a wonderful life.

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